Por G1 DF


Primeira fase do aterro sanitário de Samambaia poderá receber 8 milhões de toneladas de lixo — Foto: G1 DF

Passados mais de dois anos da previsão inicial para a conclusão da obra, o governo do Distrito Federal inaugurou nesta terça-feira (17) a primeira etapa do aterro sanitário de Samambaia. A estrutura é pensada para substituir o lixão da Estrutural, considerado o maior da América Latina pela ONU, mas a transição será lenta e não tem data para acabar.

A cerimônia de abertura do aterro foi marcada por críticas. O presidente do Conselho de Saúde de Samambaia, Joel dos Santos, disse que uma nascente do rio Descoberto "morreu" após o início das obras. O governo nega.

“O aterro é bonito e é belo, mas não devia ter sido construído aqui. Porque a água que corria aqui ia para o Descoberto."

A afirmação foi contestada pelo diretor-técnico do Serviço de Limpeza Urbana (SLU, responsável pela obra), Paulo Celso dos Reis. Segundo ele, as camadas de proteção do solo "não destruíram o lençol freático responsável pelo surgimento da nascente".

Localizado entre Samambaia e Ceilândia, o aterro tem capacidade para receber mais de 20 milhões de toneladas de dejetos. Na primeira etapa entregue hoje, no entanto, a capacidade é menor, de 8 milhões de toneladas. Segundo cálculos do próprio governo, o espaço é suficiente para 13 anos de depósitos.

Na manhã desta terça, os caminhões do SLU já começaram a levar o lixo para o aterro. A expectativa é que 900 toneladas de rejeitos sejam depositadas por dia no local. A primeira fase das obras custou R$ 44 milhões, e não há prazo para a entrega total do aterro.

Caminhão despeja lixo no Aterro Sanitário de Brasília; veja vídeo

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Centros de triagem

Para que o aterro funcione da forma prevista, apenas recebendo rejeitos de lixo, o GDF ainda precisa criar cinco centros de triagem na Estrutural, e outros dois no Plano Piloto. A medida também é fundamental para que os catadores atuais possam manter suas fontes de renda, já que muitos sobrevivem apenas das verbas do lixo.

A falta de um cronograma claro para a entrega desses centros coloca o regime de reciclagem em risco, e também afeta a vida dos trabalhadores. Em entrevistas ao G1 nesta segunda (16), eles relataram o medo do desemprego e da fome, e a dificuldade em conseguir respostas do governo.

O SLU informou que esses centros serão os primeiros a receber o lixo produzido pelos moradores do Distrito Federal. Neles, os catadores farão a triagem do que pode ser reciclado e do que não pode. Apenas os rejeitos irão para o aterro sanitário de Samambaia.

De acordo com o governador Rodrigo Rollemberg, quatro centros de triagem serão inaugurados em outubro e o restante apenas em 2018. " Nós já começamos a licitação para a criação dos centros de triagem, até fevereiro sairá a escolha do vencedor e em outubro os centros começam a funcionar", afirmou Rollemberg.

Escola da Guariroba

Escola da Guariroba deverá ficar pronta em março, segundo GDF — Foto: G1 DF

Outro ponto questionado pela comunidade foi a remoção da escola da Guariroba, que ficava no local onde foi construído o aterro. O prédio está pronto, segundo o SLU, mas só será inaugurado um mês após o início das aulas.

De acordo com a diretora-geral do SLU, Kátia Campos, o novo prédio foi construido a 2 km de distância do endereço antigo. "Em homenagem às crianças que lá estudavam, nomeamos as árvores ao redor do Aterro com o nome delas", disse.

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