O governador Rodrigo Rollemberg atribuiu nota 7 ao primeiro ano de gestão à frente do governo do Distrito Federal. Nesta quarta-feira (16), ele relacionou as principais ações de seu governo, entre elas a entrega de 13 creches e a redução de R$ 3,5 bilhões no rombo das contas públicas. Quando ele ele assumiu, disse que o déficit era de R$ 6,5 bilhões.
O balanço das ações do governo foi feito com a presença de todos os secretários. Durante o anúncio, um grupo de estudantes protestou contra o preço das tarifas do transporte público do DF. Eles chegaram a pôr um troféu no palco onde o governador falava ao microfone antes de serem retirados do local por seguranças.
No evento, Rollemberg destacou ações em setores sociais (como a inauguração da Casa da Mulher, no Plano Piloto), culturais (pagamento de R$ 33 milhões a projetos contratados em 2014), de trânsito (construção de quatro terminais rodoviários) e tecnológico (investimento de R$ 58,7 milhões em projetos de tecnologia).
“Para os resultados deste ano, eu daria uma nota 7, mas eu preferiria que fosse a população que avaliasse o governo”, afirmou Rollemberg.
Em relação à redução do rombo nas contas públicas, o governador disse que isso foi possível por meio de corte de despesas de custeio (menos gastos com aluguel, eventos, passagens e cargos comissionados, por exemplo) e por ajustes financeiros e tributários.
Sobre a condição da saúde pública – que registra falta de remédios e equipamentos –, o gestor atribuiu parte do quadro ao governo anterior e disse que vai mudar situação com "ampliação da rede de assistência" e "melhor gestão de recursos humanos".
“Nós reconhecemos os problemas na saúde. As pessoas sabem que quando assumimos, não tinha remédio nas prateleiras dos hospitais”, disse. “Só na saúde as dívidas eram mais de R$ 600 milhões. Muitas empresas se negaram a prestar serviço ao longo deste ano em função das dívidas do governo passado.”
O governador também destacou a desobstrução da orla do Lago Paranoá, que ele considerou como uma ação “histórica”. Segundo Rollemberg, foram desobstruídos cerca de 1 milhão de metros quadrados em todo o DF – 13% somente na orla do lago. As “derrubadas” são empreendidas pela Agência de Fiscalização (Agefis) e miram ocupações irregulares em terrenos públicos.
Foram entregues 5.152 moradias neste ano. A maior parte no Paranoá e no Riacho Fundo 2. Ao todo, 14,4 mil lotes foram regularizados durante o primeiro mandato de Rollemberg, que prometeu intensificar o “combate a grileiros”.
Ano de ajuste
De acordo com a secretária de Planejamento, Leany Lemos, o GDF ainda deve ter pouca margem para atuar diante do orçamento previsto para 2016. “No próximo ano, nós ainda vamos estar fazendo ajustes. São dois anos pelo menos que nós vamos precisar pra sanar todas as contas”, ressaltou.
Mesmo destacando a continuidade das políticas de arrocho fiscal, a secretária disse não acreditar que haja muitos protestos contra o GDF em 2016. “A gente retomou muitas atividades. As coisas estão voltando nos eixos”, ponderou.
Desde que o governador Rollemberg anunciou a suspensão dos reajustes concedidos de forma escalonada em 2013, diversas categorias do funcionalismo público entraram em greve neste ano.
Ela adiantou que o GDF deve continuar buscando medidas que aumentem a arrecadação por meio da Câmara Legislativa, como aumento de impostos. A preferência, no entanto, será por garantir empréstimos federais ou externos – por mais que acabem aumentando a dívida a longo prazo. “A gente sabe que existe um limite para aumento de tributos, porque isso também pode estrangular a atividade econômica. E isso não é interesse nosso.”