Brasileiro está detido na imigração da Guatemala.
Os jovens estavam acompanhados de outros dois amigos que conseguiram entrar na Guatemala. Segundo Lucas, eles queriam conhecer o país e voltar no fim do mês, sendo que a passagem de volta estava comprada para o dia 29 de novembro.
"A gente chegou aqui sexta-feira de manhã, aí foi passar pelo procedimento de imigração, como todo imigrante (...) A gente respondeu as perguntas lá (...). Mesmo mostrando todos os documentos que eles pediram (...) nada disso adiantou. A única coisa que eles alegaram para a gente foi a inconsistência de informações, que a gente até agora não entendeu muito bem o porquê disso, sendo que um amigo nosso passou e nós dois ficamos", conta Lucas.
Há quatro dias os dois moradores de Brasília estão em um alojamento dentro do aeroporto, sem poder sair. Eles dividem o espaço com outros 20 imigrantes.
"É um alojamento totalmente improvisado, a gente não tem estrutura de nada aqui e é tudo sujo, tem barata no local, os colchonetes são sujos. A gente só tem acesso ao banheiro pra tomar banho [...]. Tem criança bebê aqui", conta o estudante.
Lucas diz que tentou contato com o consulado do Brasil na Guatemala e com a companhia aérea para tentar voltar ao Brasil, mas sem sucesso. "O povo da imigração fala que a responsabilidade de levar a gente de volta para o Brasil é da companhia aérea, o consulado brasileiro também fala que a responsabilidade é da companhia aérea [...].A gente liga para a companhia aérea lá do Brasil, porém a companhia não tem as informações necessárias, né? Porque é outro guichê, é diferente", diz Lucas.
A reportagem tentou contato com a Copa Airlines, mas não obteve retorno.
Nas redes sociais, Lucas pede ajuda e compartilha como tem sido dia a dia no alojamento do aeroporto (veja publicação abaixo).
Morador do DF pede ajuda nas redes sociais após ser barrado na imigração do Aeroporto de Guatemala — Foto: Reprodução/Redes sociais
'Devolvam os nossos filhos'
Brasileiro Lucas Alves está detido na imigração da Guatemala. — Foto: TV Globo/ RTeprodução
Os pais de Lucas foram ao Itamaraty em busca de ajuda para trazer o filho de volta ao Brasil. Segundo a família, eles não conseguiram ser atendidos pelo Ministério das Relações Exteriores até a tarde desta segunda-feira (18).
"Nós não tivemos nenhuma resposta. Nós não podemos nem subir no prédio para falar com as autoridades", diz Kátia Alves, mãe de Lucas.
O Ministério das Relações Exteriores disse à reportagem, por meio da Embaixada do Brasil na Cidade da Guatemala, que "está ciente do fato desde o sábado, quando foi notificada a respeito. Desde então, está em contato com os brasileiros, prestando-lhes assistência consular. Está, ainda, em contato com as autoridades locais".
A mãe de Lucas conta que também ligou para a companhia aérea e tentou comprar uma passagem de volta para o filho, mas foi informada que Lucas só pode deixar o país com autorização da imigração da Guatemala.
"A gente não está preocupado com a viagem que perdeu, não é com nada disso. É com a saúde mental deles, com a minha saúde mental, porque está todo mundo nervoso na família, os amigos. Todo mundo envolvido para trazê-los de volta. Não vai ficar no país? Beleza, a gente respeita, mas que devolva os nossos filhos", diz Kátia.
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