Edição do dia 20/01/2016

20/01/2016 10h43 - Atualizado em 20/01/2016 11h06

Governo autoriza venda de 239 casas, apartamentos e terrenos da União

O dinheiro do negócio deve ser usado para melhorar a estrutura de onde trabalham os servidores públicos.

 Sinal dos tempos. Com dinheiro cada vez mais curto no caixa, o governo está vendendo os imóveis vazios. Mansões que estão trancadas sem nenhum uso. É um corte de gastos, mas nem tanto assim, tem muito mais coisa para ser cortada, muito jatinho, muita mordomia em todos os níveis de governo. É sempre bom cortar, mas não chega nem perto do que o próprio governo diz ser necessário reduzir dos seus gastos. Só no ano passado, os cortes no orçamento foram de R$ 26 bilhões. Esses imóveis custam, com manutenção, algo em torno de R$ 45 milhões. E serão vendidos no pior momento - o mercado imobiliário com preços em queda-  e pouca gente disposta a comprar. No total serão 239 entre casas, terrenos e apartamentos. O dinheiro do negócio deve ser usado para melhorar a estrutura de onde trabalham os servidores públicos.

Que tal uma casa no endereço mostrado na reportagem? Te deu vontade? Jardinzão, piscina na beira do Lago de Brasília. Pois é, essa está sem uso. Seria a residência oficial do ministro da Casa Civil. Mas ele mora em outro endereço. A casa está vazia há quase dois anos.

Outra casa mostrada é administrada pelo Ministério da Fazenda. Diversos ministros moraram nela. Agora, ela está desocupada. Ainda assim, o governo paga dois vigilantes para ficarem 24 horas fazendo a segurança. Dá para ver também que o jardim está sendo cuidado. Quanto custa essa manutenção?  O governou não informou. Também não quis dizer em quanto estão avaliados. O Bom Dia Brasil consultou uma corretora que trabalha na área. “É o lote mais caro de Brasília. Eu tenho um terreno que eu estou vendendo por R$ 5,4 milhões”, diz a corretora Sônia Amaral Ruscher

Achou muito? O governo disse que tem terrenos que valem mais. E também tem um monte de apartamentos consumindo dinheiro para nada. A regalia do imóvel funcional está na lei. Ministro, servidor com cargo de natureza especial e os que têm as mais altas gratificações têm direito a um lugar para morar. Mas podem optar pelo auxílio moradia. Eles têm preferido e o governo também. “Sai bem mais barato para o governo, porque não há custos envolvidos com segurança, não há os custos envolvidos com a administração de uma grande propriedade”, diz o secretário de Patrimônio da União, Guilherme Estrada.

O secretário só não diz de quanto é a economia. Mas usa esse argumento para colocar à venda o patrimônio não aproveitado. Só que 20 imóveis encalharam no ano passado. O governo mudou as regras para a compra e colocou mais à venda. No total, serão 239, entre casas, terrenos e apartamentos. O dinheiro do negócio deve ser usado para melhorar a estrutura de onde trabalham os servidores públicos.

Para o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, a venda é uma boa saída. Mas se o dinheiro for usado para a população, para construir ou reformar, por exemplo, hospital, escola. “O país está com muita carência de investimento e isso é uma forma de tirar o investimento de um lugar que não presta serviço nenhum e colocar para fazer algo que a população está precisando”, diz o economista.

O Ministério do Planejamento vai colocar também à venda outros 270 apartamentos, a maioria em Brasília, mas tem outros imóveis espalhados pelo país.

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