O uso de um teste para rastrear casos de câncer de ovário em uma grande população foi capaz de reduzir o número de mortes pela doença em cerca de 20%, aponta um novo estudo.
A pesquisa, publicada na revista médica "The Lancet", avaliou a eficiência de um exame de sangue anual para detecção desse tipo de tumor por screening (rastreamento), usado junto com ultrassom transvaginal.
Mais de 200 mil de mulheres no Reino Unido foram acompanhadas durante 14 anos para a pesquisa, sendo que metade delas não fez nem o ultrassom nem o teste. O método usado para detectar sinais de câncer de ovário no sangue detectava uma molécula conhecida pela sigla CA125, que sinaliza a presença do tumor.
Esses resultados "fornecem estimativas de redução de mortalidade atribuíveis ao rastreamento de câncer de ovário numa faixa de 15% a 28%", afirmou o líder da pesquisa, Ian Jacobs, oncologista do University College de Londres, em comunicado à imprensa.
Segundo o pesquisador, porém, a pesquisa ainda não é a resposta final sobre se a adoção de rastreamento em grandes populações é um método eficaz e com bom custo benefício, quando avaliado em grande escala.
"A continuação do acompanhamento vai nos dar mais confiança sobre a precisa redução na mortalidade que é alcançável", disse. "É possível que a redução de mortalidade seja maior ou menor que essa estimativa depois de mais dois ou três anos."
Segundo o estudo no "The Lancet", caso a eficiência no uso do screening ganhe comprovação definitiva, será um passo importante no combate ao câncer de ovário, que não tem muitos sintomas nos estágios iniciais.
Por começar sem muitas pistas, a doença acaba em geral sendo descoberta tardiamente, e 60% dos pacientes morrem em até cinco anos depois do diagnóstico.