22/05/2015 10h40 - Atualizado em 22/05/2015 11h41

Vacina da gripe demora duas semanas para fazer efeito, diz médico

Bem Estar falou sobre os avanços da medicina.
Você seria voluntário em testes de medicamentos?

Do G1, em São Paulo

O Bem Estar desta sexta-feira (22) falou sobre os avanços da medicina. A baba do carrapato tem uma molécula que mata as células que causam o câncer de pulmão, por exemplo. Para falar sobre esses assuntos, convidamos a infectologista Rosana Richtmann e o imunologista Jorge Kalil.

 

Para a medicina avançar, os medicamentos precisam passar por testes. Os remédios são testados em humanos. Mas o que leva alguém a participar do teste, experimentar um produto que ainda não chegou ao mercado?

O processo funciona assim: primeiro os pesquisadores avaliam em laboratório, em animais e, depois, vem os testes clinicados, feitos em humanos.

Na fase um, a substância é testada em grupos de voluntários. Na fase dois, é testada em um grupo que tem a doença estudada. A fase três pode envolver milhares de voluntários. Já na fase quatro, depois que o medicamento é aprovado, testes são feitos para detectar efeitos colaterais em longo prazo.

Vacina da gripe
Muita gente tem medo de tomar a vacina da gripe e ficar gripado. O imunologista lembra que o vírus está morto dentro da vacina. "As pessoas confundem resfriado com a gripe", lembra. Ele também explicou que a vacina da gripe demora duas semanas para fazer efeito.

Luta contra o câncer
Muitas descobertas da ciência são feitas por acaso e muda a vida da humanidade. Um exemplo é a saliva do carrapato, que pode ajudar na luta contra o câncer. Pesquisadores do Instituto Butantan de São Paulo apostaram na saliva do carrapato-estrela, de onde conseguiram retirar a molécula para tratar alguns tipos de câncer, como o melanoma e tumores do pâncreas e dos rins.

A descoberta foi por acaso, quando um grupo estava pesquisando um novo remédio para evitar a coagulação do sangue. No laboratório, a molécula foi testada em células humanas normais e doentes. No primeiro grupo, não acontecia nada, mas no segundo, a molécula matava células que não tinham tumores. Os cientistas já testaram a substância em animais. O próximo passo da pesquisa é o teste clínico, para confirmar se o remédio vai mesmo servir para os seres humanos.

Vacina contra a dengue
Criada nos Estados Unidos, se a vacina for aprovada, será desenvolvida no Brasil. É um projeto entre a USP e o Instituto Butantan, e financiado pelo BNDES. A vacina é produzida com o próprio vírus da dengue, mas que foi muito enfraquecido, e pretende proteger contra os quatro diferentes tipos da doença. “Ela induz o organismo dos vacinados a criar uma defesa contra o vírus da dengue. aí, a pessoa nunca mais teria dengue, se tudo der certo”, explica o infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo Esper Kallás. Se tudo der certo, a vacina pode chegar ao mercado em 2018.

 

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