O Bem Estar desta sexta-feira (22) falou sobre os avanços da medicina. A baba do carrapato tem uma molécula que mata as células que causam o câncer de pulmão, por exemplo. Para falar sobre esses assuntos, convidamos a infectologista Rosana Richtmann e o imunologista Jorge Kalil.
Para a medicina avançar, os medicamentos precisam passar por testes. Os remédios são testados em humanos. Mas o que leva alguém a participar do teste, experimentar um produto que ainda não chegou ao mercado?
O processo funciona assim: primeiro os pesquisadores avaliam em laboratório, em animais e, depois, vem os testes clinicados, feitos em humanos.
Na fase um, a substância é testada em grupos de voluntários. Na fase dois, é testada em um grupo que tem a doença estudada. A fase três pode envolver milhares de voluntários. Já na fase quatro, depois que o medicamento é aprovado, testes são feitos para detectar efeitos colaterais em longo prazo.
Vacina da gripe
Muita gente tem medo de tomar a vacina da gripe e ficar gripado. O imunologista lembra que o vírus está morto dentro da vacina. "As pessoas confundem resfriado com a gripe", lembra. Ele também explicou que a vacina da gripe demora duas semanas para fazer efeito.
Luta contra o câncer
Muitas descobertas da ciência são feitas por acaso e muda a vida da humanidade. Um exemplo é a saliva do carrapato, que pode ajudar na luta contra o câncer. Pesquisadores do Instituto Butantan de São Paulo apostaram na saliva do carrapato-estrela, de onde conseguiram retirar a molécula para tratar alguns tipos de câncer, como o melanoma e tumores do pâncreas e dos rins.
A descoberta foi por acaso, quando um grupo estava pesquisando um novo remédio para evitar a coagulação do sangue. No laboratório, a molécula foi testada em células humanas normais e doentes. No primeiro grupo, não acontecia nada, mas no segundo, a molécula matava células que não tinham tumores. Os cientistas já testaram a substância em animais. O próximo passo da pesquisa é o teste clínico, para confirmar se o remédio vai mesmo servir para os seres humanos.
Vacina contra a dengue
Criada nos Estados Unidos, se a vacina for aprovada, será desenvolvida no Brasil. É um projeto entre a USP e o Instituto Butantan, e financiado pelo BNDES. A vacina é produzida com o próprio vírus da dengue, mas que foi muito enfraquecido, e pretende proteger contra os quatro diferentes tipos da doença. “Ela induz o organismo dos vacinados a criar uma defesa contra o vírus da dengue. aí, a pessoa nunca mais teria dengue, se tudo der certo”, explica o infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo Esper Kallás. Se tudo der certo, a vacina pode chegar ao mercado em 2018.