Longevidade: modo de usar

Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro


Entenda o que é etarismo

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Escrever sobre o envelhecimento, frequentemente, significa dar notícias nem sempre agradáveis, mas esta é, com certeza, positiva. Uma nova pesquisa da Associação dos Aposentados dos Estados Unidos (AARP, em inglês) mostra uma melhora substancial em como os adultos mais velhos são apresentados no marketing e na mídia on-line, em comparação com levantamento realizado em 2018.

Tamanho do mercado prateado pesa na balança: grupo já era responsável por metade do consumo global em 2020 — Foto: Mariza Tavares

Os 50 mais passaram a ser retratados de forma ativa – malhando na academia, lidando com tecnologia, usando roupas que estão na moda – e imagens que os associam a hospitais ou comunidades de aposentados têm minguado. Um exemplo: o percentual de maduros ostentando celulares e outros dispositivos eletrônicos subiu de 4% para 33%. Embora estejamos longe do fim do preconceito, esse é um bom indicativo de que os estereótipos vêm sendo rejeitados.

As imagens pouco lisonjeiras também estão em declínio: eram 28%, em 2018, e agora são 10%. A AARP analisou cerca de mil fotos e 500 vídeos com pessoas desse grupo – excluindo as de conteúdo político – postados em sites de notícias e redes sociais por marcas e influenciadores com pelo menos dois milhões de seguidores.

O estudo revela que 80% das imagens apresentam “coroas” com roupas estilosas (na pesquisa anterior, eram 47%). O progresso pode ser resultado do trabalho da Association of Advertising Agencies, fundação que promove a diversidade na publicidade. No entanto, é provável que o tamanho do mercado prateado seja responsável pela mudança: a população 50 mais já respondia por metade do consumo global em 2020 e, em 2050, chegará a 60%.

O copo está meio cheio, mas há muito o que fazer. Em outro levantamento da entidade, 67% dos entrevistados concordavam com a afirmação: “gostaria que os anúncios trouxessem imagens realistas das pessoas da minha idade”. Além disso, um em cada cinco afirmou que tinha decidido abandonar marcas que se valiam de estereótipos em anúncios. O estudo incluiu ainda algumas sugestões: retratar os 50 mais no ambiente de trabalho, uma vez que eles representam um terço da mão de obra; em situações familiares, interagindo com os netos; e enfrentando desafios de mobilidade, ou seja, fazendo suas atividades com o auxílio de bengalas e cadeiras de roda – nos EUA, 12% dos que estão nessa faixa etária usam algum tipo de tecnologia assistiva (como são chamados tais produtos).

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