Por Malu Vieira, g1 BA


Leandro Bezerra e Marcelo Costa foram alguns dos primeiros estudantes a deixar o local de prova no Colégio Central, em Salvador — Foto: Malu Vieira/g1

Marcelo Costa, de 19 anos, e Leandro Bezerra, de 20, foram alguns dos primeiros estudantes a deixar o Colégio Estadual Central, no bairro de Nazaré, neste domingo (5), primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Eles responderam questões de linguagens e ciências humanas, além da redação.

Os dois se conheceram momentos antes da prova e consideraram as questões mais fáceis do que as do ano passado, quando fizeram o exame pela primeira vez.

"As questões estavam tranquilas, se você lesse com atenção, era fácil encontrar a resposta correta", afirmou Marcelo, que pretende cursar medicina.

Tema da redação 2023 do Enem anunciado pelo Inep — Foto: Reprodução

Para Leandro, o obstáculo surgiu durante a a redação. O baiano apostava que o tema seria relacionado a pandemia da Covid-19 ou alguma consequência da doença, como a fome ou o desemprego. No entanto, o tema foi "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".

"Vivemos essa situação entre 2020 e 2022 e acreditei que, por causa disso, seria relacionado a pandemia. Não esperava esse tema", contou.

ENEM 2023 - DOMINGO (5) - SALVADOR (BA) - Movimentação de estudantes que já deixaram o local de prova no Colégio Central, em Salvador — Foto: Malu Vieira/g1

Em dúvida entre psicologia e algum curso na área de tecnologia, Leandro, acredita que apesar da surpresa do tema, a prova foi "de boa".

Após o primeiro dia de prova, os estudantes pretendem descansar e se prepararem para a próxima semana, quando serão realizadas as provas de matemática e ciências da natureza.

Torcida completa

ENEM 2023 - DOMINGO (5) - SALVADOR (BA) - Bárbara Gomes esperou a filha Maria Eduarda fazer a prova e ainda levou o caçula, de 2 anos, para acompanhar a irmã neste primeiro dia de Enem em Salvador — Foto: Malu Vieira/g1

Maria Eduarda Gomes, de 16 anos, saiu da prova por volta de 16h30 e encontrou a mãe, Bárbara Gomes, e o irmão, Lenon Gomes, de 2 anos, na porta do Colégio Central. Bárbara e Lenon esperaram Maria Eduarda por cerca de 3 horas até que ela finalizasse a prova.

A mãe da jovem disse que nesse período, aproveitou para fazer um lanche em um shopping da região, mas logo voltou para frente do colégio para aguardar a saída da filha.

A família, que mora no bairro do Uruguai, em Salvador, percorreu cerca de 8 km no transporte público da capital baiana, com destino ao bairro de Nazaré, onde fica o Colégio Central. Preocupadas com a possibilidade de atraso, elas saíram de casa por volta de 10h.

"Participar da vida de Eduarda é importante demais para mim. Por isso estamos aqui, esperamos o dia todo. Ser amiga da minha filha, ter ela por perto, é extremamente importante", afirmou Bárbara.

Para Maria Eduarda, a prova ainda não é para valer. Na segunda série do ensino médio, ela fez o exame para treinar. Ano que vem, a nota será decisiva para o ingresso do curso de jornalismo ou medicina veterinária - ela ainda não decidiu.

Desta vez, Eduarda comemorou o tema da redação. Ela não esperava escrever sobre os "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".

"Acreditava que seria algo sobre vacina, mas gostei do tema. Me senti um pouco nervosa com a prova, mas foi bom fazer para já entender como é", contou.

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