Por Mariana Ferreira, g1 AP — Macapá


Ronaldo Manassés, professor da Unifap — Foto: Arquivo pessoal/Ronaldo Manassés

O professor Ronaldo Manassés, do colegiado de Letras Libras da Universidade Federal do Amapá (Unifap), vai apresentar no próximo dia 21 de novembro na 60ª Bienal de Arte e Cultura de Veneza, na Itália, a pesquisa desenvolvida por ele sobre sinais em libras para Candomblé. 

A Bienal, que é considerada o mais antigo evento internacional de arte do mundo, ocorre desde abril deste ano, e encerra neste mês com o tema: “Estrangeiros em Todos os Lugares”. Quem for até o evento vai poder acompanhar trabalhos ligados a cultura de diversos países. 

Manassés vai representar o Amapá na mesa redonda “As línguas de sinais e as religiões de matriz africana no Brasil”. O professor é autor de um documentário, artigos científicos e de uma tese de doutorado sobre o assunto. 

“São pesquisas que eu tenho realizado aqui na universidade no tocante a criação de sinais em libras para o candomblé e religiões afros (...) Está num evento como este é de suma importância e de uma visibilidade muito grande, uma vez que a Bienal de Arte e Cultura de Veneza é uma referência para o mundo falando sobre as mais variadas artes”, destacou o professor

Sinais em libras para Candomblé

Ronaldo Manassés é professor do colegiado de letras libras, da Unifap — Foto: Arquivo pessoal/Ronaldo Manassés

A pesquisa, que é fruto do dourado de Manassés, em 2016, destaca a criação de sinais específicos em libras para comunicação de pessoas dentro do Candomblé. O trabalho tem o objetivo de tornar inclusa uma parcela significativa da população. 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, estão entre as cinco mais seguidas no Brasil, com mais de um milhão de adeptos. 

Os católicos praticantes são maioria: cerca de 123 milhões de fiéis. Em seguida estão os evangélicos, com 113 milhões.

Manassés afirma que a participação no evento ressalta a importância dos trabalhos desenvolvidos dentro das instituições públicas de ensino. 

“É o trabalho que eu tenho desenvolvido desde 2016, a partir da minha pesquisa, ainda àquela época de doutorado. Então, essa luta é que a gente faça menção a não só a grandiosidade do evento, mas principalmente em participar como nortista, como amazônida, como pesquisador do Amapá, de uma universidade como a nossa, que está aqui enraizada na Amazônia brasileira e que poderá ser vista com outros olhos”, detalhou. 

60ª Bienal de Arte e Cultura de Veneza

Em novembro encerra a 60ª edição do mais antigo evento internacional de arte do mundo, em Veneza. Neste ano a organização focou na seleção de artistas que nunca estiveram na Bienal e a inclusão dos 88 países presentes na mostra.

O evento tem o objetivo ampliar vozes estrangeiras, colocando em pauta a multiplicidade racial, cultural, religiosa, sexual e de gênero. 

60ª Bienal de Arte e Cultura de Veneza — Foto: Reprodução

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