20/05/2014 21h58 - Atualizado em 20/05/2014 22h17

MPF denuncia vendedor por guardar e divulgar pornografia infantil em AL

Com acusado, PF encontrou material pornográfico envolvendo crianças.
Vendedor pode cumprir pena de até 10 anos, caso seja condenado.

Do G1 AL

O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas ofereceu denúncia contra um vendedor de Maceió acusado de armazenar e compartilhar, no Brasil e no exterior, vídeos com cenas pornográficas e de sexo explícito envolvendo crianças, adolescentes e até mesmo bebês recém-nascidos em situação de violência sexual.

O material foi encontrado na residência do homem, identificado apenas pelas iniciais M.G.C, durante a Operação Glasnost, realizada pela Polícia Federal (PF) em novembro do ano passado em 11 estados brasileiros, incluindo Alagoas.

De acordo com a polícia, a perícia realizada em computadores e outras mídias do denunciado encontrou cerca de 10 mil arquivos com imagens de exploração sexual de crianças e adolescentes, além de 122 vídeos com conteúdo similar, totalizando 5 Gigabytes em dados. O inquérito produzido pela PF foi entregue no último dia 2 de abril ao Ministério Público Federal. Segundo a polícia, o acusado tem menos de 25 anos [a idade exata não foi especificada].

Em um dos discos rígidos do computador do vendedor, foram localizados desenhos e personagens infantis sendo violentados, o que é frequentemente utilizado para aliciar crianças para a prática sexual porque cria na mente delas uma suposta ideia de diversão, atitude já conhecida pela Polícia Federal.

Material apreendido na casa do jovem preso pela PF na operação "Glasnot" (Foto: Karoline Torres/G1)Material apreendido na casa do alagoano preso
pela PF na operação (Foto: Karoline Torres/G1)

Também após as análises periciais, foi interceptado um e-mail enviado pelo acusado a um fórum de compartilhamento de pornografia infantil na Rússia. Nele, o denunciado envia fotos e pede para se tornar membro do grupo. Não foi confirmado, porém, se o vendedor produz as imagens que armazena e compartilha.

Pena
De acordo com a denúncia criminal feita pelo procurador da República Gino Sérvio Malta Lôbo, o acusado cometeu 10 mil vezes, em continuidade delitiva, o crime previsto no artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que diz respeito à disponibilização do material pornográfico, e outras 10 mil vezes o delito de que trata o artigo 241-B, que se refere ao armazenamento das imagens. Caso seja condenado, o vendedor pode cumprir pena de reclusão de até 10 anos.

Operação Glasnost
A operação da Polícia Federal foi batizada de “Glasnost”, termo russo que significa transparência porque, segundo a PF, a maior parte dos investigados utilizava um site hospedado na Rússia para divulgar fotografias e vídeos de adolescentes, crianças e bebês sendo abusados. Os vídeos e as fotografias eram compartilhados por pedófilos do Brasil e do exterior.

Os outros estados envolvidos na operação são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Paraná, Maranhão, Minas Gerais e Goiás. Aproximadamente 400 policiais federais participaram da ação.

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