O ciclista Antonio Elias Marchetti, 46, pode ser considerado um aventureiro. Ele chegou a Maceió, na última quinta-feira (29), depois de ter pedalado por praticamente todos os países da América Latina e alguns estados do Brasil, nos últimos 10 anos. Natural de Jaguapitã, cidade localizada no norte do Paraná, o viajante não se intimida com as dificuldades enfrentadas durante sua jornada e, desde que chegou ao Brasil, pelo estado do Amazonas, já começa a sonhar mais alto: dar a volta ao mundo de bicicleta.
Marchetti conta que a ideia de sair pedalando pelo Brasil e pela América Latina surgiu logo após a morte de seus pais, há dez anos. “Eles morreram e, como não casei e não tenho filhos, acabei ficando sozinho no mundo. Resolvi viver a vida me aventurando. Peguei minha bicicleta, coloquei a mochila nas costas e saí por aí, como um andarilho. É uma vida meio sofrida, mas foi o que escolhi para mim”.
Desde que saiu de casa, Marchetti já usou 15 bicicletas, e a atual já apresenta problemas nos pneus. Essa é apenas uma das dificuldades que o ciclista viajante enfrenta. “Recentemente, meu celular foi roubado no Recife. Já cheguei a passar muito tempo sem comer nada também. Ser um andarilho é algo complicado, pois você depende bastante da ajuda de outras pessoas, e às vezes não recebe nenhum auxílio”.
condição de nômade e ciclista.
(Foto: Derek Gustavo/G1)
Porém, as dificuldades parecem não intimidar Marchetti, que chegou em Maceió com dinheiro para apenas uma noite em uma pousada de baixo custo no Centro. Ele teceu diversos elogios à cidade. “Maceió é um lugar muito bonito. As praias daqui são lindas. Ainda estou meio perdido, mas consigo me virar. Para todos os lugares que eu for, vou falar muito bem desse lugar”.
O paranaense pretende passar uma semana em Maceió, buscando ajuda para dar seguimento à sua viagem, que tem o estado da Bahia como próximo destino. A ideia é seguir passando por todos os estados, até chegar em sua cidade natal. O propósito disso, contudo, não é descansar, mas se planejar para algo maior.
“Quando chegar em casa, vou começar a correr atrás de patrocínio para realizar um antigo sonho: dar a volta ao mundo em minha bicicleta. Sei que não será fácil, como até agora não tem sido. Mas tenho esperança que conseguirei”, concluiu.