Eleições em Alagoas

Por Lucas Leite, Vivi Leão, g1 AL e TV Gazeta de Alagoas


Renan Calheiros (MDB) e Arthur Lira (PP) — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado e Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

O 1º turno das eleições municipais 2024 aconteceu no último domingo (6) em todo país. Em Alagoas, os candidatos às prefeituras e câmaras de vereadores foram eleitos nos 102 municípios do estado. Após o resultado, foi possível constatar uma mudança significativa nos partidos dos prefeitos e prefeitas que venceram o pleito municipal.

Entre as legendas que se destacaram estão o Movimento Brasil Democrático (MDB) e o Partido Progressistas (PP), que em Alagoas são representados por duas figuras nacionais que são adversárias políticas: Renan Calheiros (MDB) e Arthur Lira (PP) (confira o gráfico completo abaixo).

Se comparado às últimas eleições municipais, em 2020, o MDB passou de 37 para 65 prefeituras (marcado por verde escuro no mapa) enquanto o PP diminuiu a quantidade de representantes nas prefeituras, indo de 29 para 27 (marcado pelo azul esverdeado).

Em entrevista ao Bom Dia Alagoas, o cientista político Ranulfo Paranhos avalia o cenário após as eleições como "trocar seis por meia dúzia". Ele ressalta que os grupos políticos formados por MDB e PP já são consolidados e antagônicos, mesmo antes do pleito municipal desse ano (confira o vídeo acima).

"De um lado você tem o MDB que tem um arco de aliança de mais de 50 prefeituras, candidatou um número quase que totalitário de prefeitos e obteve 65 prefeitos eleitos, isso é um número significativo, ou seja, quando você somar os prefeitos eleitos mais o arco de aliança, isso quer dizer que o MDB em Alagoas será a maior força política para 2026 e terá mais de 70% dos prefeitos", analisou o cientista político.

Cientista político faz análise do cenário político após eleições municipais

Cientista político faz análise do cenário político após eleições municipais

Derrota dos Calheiros em Maceió

Além das prefeituras, Ranulfo Paranhos lembrou também que o governador do estado, Paulo Dantas, é filiado ao MDB . Apesar disso, pela terceira vez consecutiva a legenda não consegue eleger um representante à Prefeitura de Maceió.

O cientista analisa também o outro grupo de oposição ao MDB, formado pelos PP e pelo Partido Liberal (PL). Segundo ele, apesar de ter conquistado 27 prefeituras esse número pode ser maior, quando somado aos aliados.

"Ele [o partido] aumenta mais esse leque, um pouco mais de 30, quando você tem os aliados do PP e do PL, e formam esse segundo bloco de força política no estado de Alagoas. O desenho institucional brasileiro das eleições aponta para uma coisa que a gente chama de 'ano eleitoral', esse ano, e 'ano pré-eleitoral'. Ou seja, em 2025 já é um ano pré-eleitoral e depois ano eleitoral de novo, em 2026. O resultado de ontem é uma prévia para 2026", comenta Ranulfo Paranhos.

Câmara Municipal de Maceió, localizada no bairro de Jaraguá — Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Maceió

Câmara de Maceió

Eleito no primeiro turno das eleições municipais deste domingo (6), o prefeito JHC (PL) conseguiu a maioria na bancada na Câmara dos Vereadores de Maceió, com 11 cadeiras. A princípio, ter maioria na Câmara pode significar mais apoio e facilidade para o Poder Executivo da cidade. João Henrique Caldas teve 83,25% dos votos válidos.

Outros partidos que tiveram maioria na Câmara foram o MDB, com quatro vereadores eleitos, e o PP, com três vereadores eleitos. Em Maceió, 17 vereadores foram reeleitos e seis não conseguiram se manter. Vinte e sete vereadores vão representar Maceió pelos próximos quatro anos, sendo 22 homens e 5 mulheres.

Ao analisar o cenário, Ranulfo Paranhos também diz que a situação ficou igual, uma vez que o prefeito eleito JHC já tinha a maioria e a manteve. "Os nomes que entram não são necessariamente grandes novidades, porque você tem nomes que representam os grupos políticos já estabelecidos. É só você olhar o sobrenome dos vereadores que são eleitos como novatos".

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