Sessão da Câmara — Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados
A bancada do Acre na Câmara dos Deputados votou a favor do projeto de lei que determina castração química de pedófilos. O projeto foi aprovado na casa nessa quinta-feira (12). Cinco dos oito parlamentares do estado não votaram, e os três que compareceram foram favoráveis à proposta.
🔎O procedimento de castração é realizado com medicamentos inibidores de libido a fim de privar o paciente de impulsos sexuais.
Segundo o projeto, a castração química será uma punição aplicada de forma conjunta às penas de reclusão ou detenção para uma série de crimes de cunho sexual contra crianças e adolescentes. Confira como votaram os deputados do Acre:
- Antônia Lúcia (Republicanos) - não votou
- Coronel Ulysses (União Brasil) - não votou
- Eduardo Velloso (União Brasil) - sim
- Gerlen Diniz (PP) - não votou
- Meire Serafim (União Brasil) - sim
- Roberto Duarte (Republicanos) - sim
- Socorro Neri (PP) - não votou
- Zezinho Barbary (PP) - sim
Deputados federais do Acre — Foto: Arte/g1
A proposta teve, ao todo, 267 votos a favor e 85 contra. Outros 14 deputados se abstiveram. Agora, o texto segue para análise no Senado.
A medida valerá para criminosos condenados após o trânsito em julgado – quando não há mais possibilidade de recurso — em crimes como:
- gravar, vender, comprar, divulgar, simular cena de sexo com menores
- aliciamento de menores
- estupro de vulnerável
- prostituição infantil
Discussão no parlamento
A proposta determina a castração química de pessoas condenadas por crimes sexuais contra menores de idade. O texto foi aprovado depois de uma mobilização de oposicionistas, que incluíram a punição em um projeto que tratava somente da criação de um cadastro nacional de pedófilos (entenda mais aqui).
A proposta, que foi incluída na pauta da Câmara em uma semana dedicada à análise de pautas da segurança pública, seguirá para votação no Senado.
🔎De acordo com o texto, a castração química aplicada aos condenados definitivos será realizada por meio de medicamentos, seguindo um futuro regramento editado pelo Ministério da Saúde.
Castração química é discutida no Congresso Nacional
Senado também aprovou projeto sobre o tema
Em maio deste ano, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado também aprovou projeto semelhante. O texto foi enviado à Câmara, mas até hoje não avançou na Comissão de Saúde da Casa.
A proposta aprovada pelos senadores não limita a castração aos condenados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Pelo texto, o tratamento químico hormonal poderá ser oferecido como alternativa para criminosos reincidentes em crimes contra a liberdade sexual.
A castração também não seria obrigatória, segundo o projeto. Seria opcional e possibilitaria mudança no regime de cumprimento da pena.