A Vara de Proteção à Mulher inicia nesta segunda-feira (6) a programação especial em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Durante o mutirão de audiências de julgamentos, devem ser analisados 150 processos. A programação vai até quinta (9), de 9h às 13, no Fórum Criminal, na cidade da justiça, em Rio Branco.
Além das audiências, serão realizadas palestras educativas e de conscientização, atendimento médico, psicológico e social. Conforme o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) dados da Vara, mostram que o atualmente mais de 4 mil processos estão em andamento e cerca de 300 novos processos são recebidos mensalmente.
A juíza Shirley Hage, titular da Vara de Proteção à Mulher comentou sobre as ações e ressaltou a importância da atenção em relação à violência contra a mulher.
"Teremos nessa semana várias atendimentos e vamos fazer um mutirão de cerca de 150 audiências durante nos quatro dias úteis. A gente não pode tirar o foco dessa problemática, porque, infelizmente, a violência em geral é muito grande e a violência contra a mulher também", detalhou.
A titular da Vara afirmou ainda que na maioria dos casos o agressor é uma pessoa próxima do convívio da vítima. "Temos uma média de 300 novos casos por mês, é uma quantidade grande para uma vara especifica, mas a gente atribui isso ao fato das mulheres denunciarem mais e estarem mais cientes de seus direitos. Geralmente o agressor é quem está dentro de casa, quem a mulher mais confia e de quem ela menos espera esse tipo de violência", informou.
A desembargadora Eva Evangelista afirmou que no estado do Acre existem duas Varas específicas de proteção à Mulher, sendo uma em Rio Branco e outra em Cruzeiro do Sul, que foi instalada em janeiro deste ano. Segundo ela, o trabalho precisa ser de prevenção e conscientização para que os casos de violência contra a mulher sejam reduzidos.
"Penso que nosso trabalho tem que ser abrangente e não somente de julgamento de processos. A violência contra a mulher não atinge somente as classes mais pobres. Se trata de uma violência que é de natureza, muitas vezes, silenciosas. As mulheres silenciam para não denunciar e é necessário que a conscientização as leve a denunciar o problema que é tão danoso às famílias", disse a magistrada.
Colaborou Débora Ribeiro, da Rede Amazônica Acre.